Cerca de 15 milhões de iraquianos estão, esta quinta-feira, a escolher os 275 deputados do parlamento. Depois destas eleições chega ao fim o período de transição política iniciado após a guerra. O dia fica marcado pela morte de um civil e um segurança numa assembleia de voto em Mossul.
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Estas são as terceiras eleições realizadas este ano no Iraque, mas as primeiras em que participam os partidos da minoria sunita.
Ouvido pela TSF, o embaixador de Portugal em Bagdad considera que a participação destes grupos reforça a legitimidade da votação.
«Os grupos de inspiração sunita até agora estavam afastados do processo político, recusaram-se a entrar no processo político, portanto o consenso e a legitimidade também sai reforçada. É natural que obtendo agora os grupos sunitas uma representação mais larga tenham mais voz no parlamento e até na vida pública do país», salientou.
Francisco Falcão Machado realça ainda a importância destas eleições que vão escolher os 275 deputados da Assembleia Nacional, um parlamento para os próximos quatro anos.
Apesar dos ministros do Interior e da Defesa iraquianos já terem tido que as eleições estão a decorrer com segurança na maior parte do país, já se verificaram alguns incidentes.
Um civil e um segurança de uma assembleia de voto em Mossul morreu ao ser atingido por uma granada lançada por um homem que seguia de bicicleta e vários projécteis de morteiro foram lançados em Tikrit, cidade natal do Presidente deposto Saddam Hussein.
Os ataques com projécteis de morteiros contra a Zona Verde, em Bagdad, pouco depois da abertura das urnas para as legislativas, foram reivindicados por um grupo ligado à rede terrorista Al-Qaida, o «Exército da Comunidade Vitoriosa».
«O grupo bombardeou com morteiros de longo alcance os bastiões da impiedade e da prostituição na Zona verde», segundo um comunicado divulgado num site islamita utilizado habitualmente por este grupo.
De acordo com uma fonte da segurança iraquiana, um soldado norte-americano ficou ferido. No entanto, a informação não foi confirmada nem desmentida pelo exército norte-americano.
O «Exército da Comunidade Vitoriosa» é um dos cinco grupos ligados à al-Qaeda que num comunicado divulgado segunda-feira tinha classificado as legislativas «ilícitas».