O Instituto Superior Técnico (IST) está a recorrer a receitas próprias e a desviar as verbas dos descontos para a Segurança Social (SS) para pagar o 13º mês dos professores e funcionários. A situação foi assumida à TSF pelo presidente deste estabelecimento, Carlos Matos Ferreira.
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O presidente do IST diz que o ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior está alertado para o problema, mas continua a não dar resposta ao pedido para libertar dinheiro que foi cativado do orçamento das instituições.
«Tivemos que recorrer a receitas próprias da escola e parar outros pagamentos, nomeadamente à ADSE», disse.
Carlos Matos Ferreira adianta ainda que para fazer estes pagamentos foi necessário sacrificar projectos de investigação.
«As receitas da escola correspondem a projectos de investigação em curso o que vai causar grandes danos no desenrolar dos mesmos, muitos dos quais sem financiamentos públicos, da Fundação para a Ciência e Tecnologia, do ministério ou até comunitários», adiantou.
«Não é viável nesses projectos estar a pagar salários sem subsídio de Natal. Vamos ter que reequilibrar com outras fontes ou com o Orçamento de 2007», acrescentou.
À semelhança do IST, que no próximo ano irá ainda perder três milhões de euros, também o ISEG e o Instituto Superior de Agronomia estão sem verbas para pagar o 13º mês.
João Cunha Serra, dirigente da FENPROF, ouvido pela TSF, considera que a cativação feita pelo Ministério das Finanças de 7,5 por cento dos orçamentos das faculdades, incluindo receitas próprias, representa uma violação do princípio da autonomia das universidades.