No âmbito da revisão da Política Agrícola Comum (PAC), o ministro da Agricultura vai convocar os agentes do sector para um amplo debate, a que chamou os «Estados Gerais da Agricultura».
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Jaime Silva lamenta que as intenções reformistas da Comissão Europeia não sejam mais ambiciosas e pretende um debate profundo sobre o assunto a nível nacional.
«A partir do dia 21 deste mês, estaremos na Assembleia da República (AR) a discutir, através dos deputados, com todos os portugueses e iremos fazer os Estados Gerais da Agricultura com todas as associações de agricultores de Portugal», defende.
Jaime Silva considera negativo que a Comissão Europeia não esteja «disposta» a fazer uma reforma idêntica à de 2003, preferindo «propor apenas a melhoria em alguns dos mecanismos» da PAC, quando o Governo português «gostaria» que a revisão «fosse mais longe».
O ministro da Agricultura lembra que apesar da PAC de 2003 ter tido uma «grande vantagem, ao dizer aos agricultores que vale a pena produzir em função do mercado, não em função dos subsídios», também teve um «efeito perverso», ao «dar ajudas sem obrigar a produzir».
«E esses dois efeitos conjugados em países com grande áreas rurais, como é o caso de Portugal, têm efeitos perversos, como o de acentuar ainda mais o abandono rural», exemplifica.
Jaime Silva foi ainda confrontado pelos jornalistas sobre o apelo feito sábado pelo Presidente da República, Cavaco Silva, para que a revisão da PAC seja encarada como uma «prioridade» e discutida em Portugal com «profundidade» e «participação activa» de todos os interessados.
De acordo com o ministro da Agricultura, o Governo «já deu provas» de «transparência na aplicação da PAC» e dos «dinheiros» vindos de Bruxelas.
O ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas fez estas declarações aos jornalistas depois de acompanhar o primeiro-ministro, José Sócrates, numa visita à Ovibeja, feira agro-pecuária que decorre em Beja até domingo.