O ministro da Agricultura afirmou, esta segunda-feira, que os preços dos cereais já estão a descer, devendo situar-se abaixo da «barreira psicológica» dos 200 euros/toneladas. No entanto, Jaime Silva advertiu que não voltarão a atingir valores muito mais baixos.
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O ministro, que falava em Bruxelas, apontou que a Comissão Europeia fez uma análise à recente subida dos preços, atribuindo-a a causas conjunturais, como os maus anos agrícolas em três dos principais exportadores, Canadá e Austrália, causas temporais, designadamente a evolução de redução de stocks, e causas estruturais.
Segundo explicou, as causas estruturais estiveram muito ligadas ao aumento do consumo de carne, que levou a um
aumento do consumo de cereais para alimentação animal.
No entender de Jaime Silva, é precisamente devido a esta causa estrutural que «não é possível os preços voltarem a atingir valores muito abaixo dos 200 euros a tonelada», como se verificava.
Apontando que, tal como na Europa, a nível mundial está prevista «uma colheita recorde de 650 milhões de toneladas, o que dá um excedente de 50 milhões de toneladas», o ministro afirmou que «globalmente, o conjunto dos cereais já desceram 15 por cento a nível mundial».
Produtos tradicionais portugueses «estão defendidos»
Em Bruxelas, Jaime Silva garantiu ainda que os produtos tradicionais portugueses não correm qualquer risco e atribuiu a polémica em torno desta questão a «certos técnicos» que pretendem «ganhar algum dinheiro» criando uma «psicose do medo».
«Posso garantir uma coisa: os produtos tradicionais portugueses não correm risco nenhum, estão defendidos com uma legislação muito simples e não é preciso os produtores andarem a gastar dinheiro por fora, a pagar a técnicos altamente especializados, para preencher um impresso que é só pôr o nome e dizer que faz fumeiro, ou faz compotas, ou qualquer dos produtos tradicionais de que todos nós gostamos», afirmou.