O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, sugeriu um «debate sobre as funções do Banco Central Europeu. No debate mensal desta sexta-feira, Paulo Portas perguntou a José Sócrates se achava que a subida das taxas de juro era benéfica para Portugal.
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O secretário-geral do PCP sugeriu ao primeiro-ministro que, aproveitando a presidência portuguesa da União Europeia, lançasse um «debate acerca das funções do Banco Central Europeu», a propósito da constante subida das taxas de juro.
«Não haverá nada a fazer para conter os desmedidos apetites do sistema bancário que perante o abalo financeiro só encontra como solução aumentar as taxas e condições de acesso ao crédito?», perguntou Jerónimo de Sousa no debate mensal desta sexta-feira.
Numa alusão aos balcões «Perdi a Carteira» que o Governo pretende abrir, o líder comunista diz ter a certeza de que «se o Governo não fazer nada que esse guichet que vai abrir terá filas imensas, porque os portugueses vão perder a sua carteira e o seu dinheiro.
Na resposta, José Sócrates, que lamentou o facto de o PCP não perceber a importância da independência dos bancos centrais, disse que o Governo iria respeitar essa independência.
«Também sou dos que acham que a Europa e os políticos europeus devem fazer mais pelo crescimento, mas o BCE saberá o que fazer e eu respeitarei essa independência», acrescentou o primeiro-ministro.
O líder do CDS-PP também interpelou o primeiro-ministro acerca da crise no país, tendo Paulo Portas perguntado a José Sócrates se era ele o único que não se apercebia dessa crise.
Portas aludiu ao «orgulhosamente sós» de Salazar para dizer que considerava que o ministro da Economia, Manuel Pinho, pensa que Portugal está «globalmente sós».
«O senhor primeiro-ministro considera que a alta das taxas de juros é benéfica ou prejudicial para o crescimento da economia portuguesa? É simples de responder», perguntou.
Sócrates acabou por não responder à pergunta levantada posta por Paulo Portas, acabando, no entanto, por lembrar que foi o governo a que o actuar líder centrista pertenceu que «acabou com todos os benefícios fiscais à habitação, nomeadamente as contas poupança».