O presidente eleito da Assembleia Municipal de Lisboa e deputado do PCP, João Amaral, e outros militantes comunistas podem ser expulsos do partido, segundo a edição de sábado do jornal «Expresso».
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João Amaral (na foto) pode ser expulso do Partido Comunista Português de acordo com o semanário «Expresso», que fala mesmo numa «Purga no PCP», sem, no entanto, citar fontes.
A expulsão é motivada pelo facto do dirigente comunista ter defendido a realização de um congresso extraordinário para discutir uma nova direcção para os comunistas.
João Amaral defendeu em entrevista ao «Expresso», publicada há oito dias, a convocação de um congresso extraordinário para lançar o debate interno sobre a orientação estratégica do partido.
Devido aos resultados das últimas eleições autárquicas, João Amaral defendeu a necessidade de uma politica de alianças do PCP e até eventuais alterações na actual direcção comunista.
Na sexta-feira, o jornal «Avante» publicou o editorial não assinado e, sem nomear ninguém, deu uma resposta clara a João Amaral e a outros militantes como Carlos Brito, Edgar Correia e Paulo Fidalgo, que também defenderam o debate interno no seio dos comunistas.
O editorial acusa estes políticos de beneficiarem de favores da comunicação social para declararem «guerra ao partido» e deixa clara a inviabilização de um acordo com os socialistas ao contrário do que João Amaral defende na habitual coluna do jornal «Expresso».
A expulsão poderá ser o castigo para este e outros militantes.
Ainda de acordo com o «Expresso», a chamada «ala dos renovadores» tem estado a fazer circular um abaixo-assinado para que seja convocado um congresso extraordinário.