Alberto João Jardim completa, esta segunda-feira, 30 anos à frente do Governo Regional da Madeira, afiramando que o seu maior motivo de orgulho é observar a mudança operada na sociedade madeirense. Em contrapartida, sublinha, o país está mais «cinzento» e os políticos perderam qualidades.
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Em entrevista à agência Lusa, e ao retroceder no tempo, o presidente do Governo Regional lembra das dificuldades que teve devido à luminosidade dos holofotes da televisão que,
então, o atrapalharam no acertar da linha certa do livro que assinou e jurou desempenhar com lealdade o cargo que acabara de assumir.
«Não senti nada de especial, só senti os holofotes da televisão que faziam com que eu não visse bem a linha onde deveria assinar», confessa.
Avesso a comemorações, Alberto João Jardim que, a 17 de Março de 1978, declarou que a Madeira seria o que os madeirenses quisessem e que apenas prometeu trabalho, recorda que a política, na altura, era protagonizada
por outra estirpe de pessoas.
«O País está mais complicado hoje, houve uma tecnocracia e um cinzentismo que tomou conta do País, antigamente os quadros políticos eram pessoas com ideias, podiam ser absolutamente contrárias uns dos outros, mas era gente de grande categoria, com ideias, com ideologias, com causas, com objectivos», refere.
Agora, sublinha, «vive-se uma coisa caricata, há um bloco central do PS e do PSD, ali, a vegetar num cinzentismo e numa tecnocracia e a política é mais complicada de fazer».
Jardim diz que nunca se candidatou a cargos fora da ilha, porque no PSD nacional «há menos lugar para o humor e para a caricatura».
A mudança da sociedade é o maior orgulho do líder, que considera que está hoje «menos hierárquica, mais moderna, sem preconceitos culturais e sociais».
Quanto aos desafios futuros e dado que prometeu sair em 2011, Alberto João Jardim traça os seguintes desígnios: concluir o programa do Governo saído das eleições de 06 de Maio de 2007; lutar pela revisão Constitucional e pelo aprofundamento da autonomia da Madeira; e conseguir uma transição pacífica da liderança do PSD-M porque, graceja, «para episódios eventualmente chocantes basta o PSD nacional».
Em declarações à TSF, o politólogo António Costa Pinto considerou que a longevidade política de Alberto João Jardim «se deve ao facto de ter conseguido, perante a população madeirense, assegurar um desenvolvimento, quer de infra-estruturas, quer de bens, que são reconhecidos eleitoralmente».
Por seu turno, o empresário Joe Berardo, amigo pessoal de Alberto João Jardim, mostrou-se «orgulhoso» pela liderança do líder do Governo Regional da Madeira, sublinhando que contribui para o «bem-estar dos madeirenses».
Já Jaime Leandro, líder do PS-Madeira, defendeu que, não obstante o trabalho feito por Alberto João Jardim, sobram ainda muitos problemas socais e económicos por resolver na Madeira.