Jorge Coelho quer que o PS vá para as legislativas antecipadas com o objectivo de conquistar a maioria absoluta. O coordenador autárquico socialista diz ainda que o partido se deve rodear dos melhores para se tornar «alternativa credível e sólida».
Corpo do artigo
Jorge Coelho fixou, este domingo, o objectivo que o Partido Socialista deve buscar nas eleições legislativas antecipadas, que se realizarão no princípio de 2005: a maioria absoluta.
«Para haver estabilidade, acho que é a ocasião de pedirmos aos portugueses aquilo que já deram duas vezes ao PSD e nunca deram a oportunidade ao PS de fazer. Temos de lutar, do primeiro ao último segundo, pela maioria absoluta», afirmou.
Contudo, o coordenador autárquico do PS alertou que «nada está ganho» nas próximas eleições e que os socialistas precisam de encarar as legislativas «como se tivéssemos zero votos, para a conquista voto a voto, pessoa a pessoa».
No final de um encontro distrital autárquico do PS, em Beja, o dirigente socialista considerou ainda que «está nas mãos do PS criar condições para haver uma mudança em Portugal que inverta a política desastrosa de direita, nos últimos dois anos e meio».
Para isso, o PS deve não só assumir-se como «alternativa credível e sólida», mas também deve procurar os «melhores», independentemente de «serem ou não militantes socialistas».
Santana «único responsável» por antecipação de eleições
Sobre a actual situação política, Jorge Coelho classificou Santana Lopes como «único responsável» pela antecipação das eleições, pois «o que os portugueses viram do seu governo foi incompetência, confusão, falta de credibilidade e rigor».
«Mais grave do que tudo isto, é ter um primeiro-ministro que não mandava sequer no Governo. Só o próprio é que parece ter dúvidas, mas os portugueses percebem muito bem porque o parlamento foi dissolvido. Esta balbúrdia, confusão e pesadelo de quatro meses, mais dia, menos dia, tinha de acabar», acrescentou.
O dirigente do PS foi ainda mais longe ao classificar as declarações de Santana Lopes na Póvoa do Varzim como «insultosas».
«Quem trata da forma obscena como o primeiro-ministro trata o Presidente da República não se dá ao respeito dos portugueses. Como podem os portugueses respeitá-lo?», questionou.
O antigo ministro das Obras Públicas disse ainda que não compreende a «onda de indignação» por parte de alguns políticos sociais-democratas, pois vê «dirigentes do PSD a garantirem que o primeiro-ministro demonstrou que não sabe nem tem capacidade para governar».
Jorge Coelho fez uma referência às próximas autárquicas, considerando que nestas o PS deve apresentar os seus melhores candidatos, mesmo que sejam independentes,, pois classifica-as de «tremendamente importantes o país».
«Se houve anos de ouro para o poder local foi nos governos do PS, quando duplicámos as transferências de verbas e não falhámos quaisquer das promessas feitas quando éramos oposição», concluiu.