O Presidente da República manifestou-se, esta sexta-feira, receptivo à introdução de um imposto europeu que não onere a carga fiscal dos cidadãos para financiar novas competências da União Europeia, deixando de ser pagas pelos orçamentos dos Estados-membros.
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«Não me repugna a ideia da introdução, a prazo, de um imposto europeu, se dessa maneira se assegurar de forma mais eficaz o financiamento de eventuais novas competências da União», disse Jorge Sampaio, na cerimónia de entrega de diplomas de doutoramento do Instituto Europeu de Florença.
Para o Chefe de Estado, a criação do imposto europeu podia ser feita sem «onerar a carga fiscal dos cidadãos» dos 25, caso os orçamentos nacionais fossem «amputados das despesas» destinadas a financiar as competências transferidas.
A ideia foi exposta por Jorge Sampaio - «a título puramente pessoal» - numa longa intervenção no Instituto Europeu de Florença em que procurou lançar pistas para ultrapassar a crise «iniludível e grave» que a Europa atravessa e, sobretudo, a «crise de confiança» dos cidadãos perante o projecto europeu.
Reconhecendo a necessidade de uma reflexão sobre os motivos da crise do projecto europeu, o Presidente enfatizou a ideia de que essa meditação deve ser acompanhada por «acções concretas, especialmente nos domínios que afectam a vida dos cidadãos».