O julgamento do Presidente iraquiano deposto Saddam Hussein, bem como de sete colaboradores pelo massacre de mais de uma centena de aldeões xiitas em 1982, foi hoje adiado para quarta-feira após a quarta sessão em que se ouviram cinco testemunhas.
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Saddam Hussein, nesta sessão de cinco horas e meia, acusou norte-americanos e israelitas de o querem ver morto, perguntando ao juiz por que não o inquiria, como era seu dever, sobre se fora «espancado ou torturado» durante a detenção.
«Não admita que façam mal a Saddam Hussein, nem ao Iraque»,advertiu o ditador caído.
«Os norte-americanos e os israelitas querem que eu seja executado e se não me conseguirem condenar vão ficar com a sensação de serem mais insignificantes que pulgas», acrescentou.
O ex-chefe de Estado recordou já ter sido «condenado à morte em três ocasiões», numa alusão ao castigo capital em que agora incorre.
Perante o Alto Tribunal Penal Iraquiano, garantiu: «Não estou aqui para fazer campanha eleitoral, só me importa agradar à humanidade e a Deus, e depois ao povo norte-americano, que tem de saber dos crimes dos seus dirigentes para com a nação árabe»
O processo em julgamento incide no massacre de 148 camponeses de confissão xiita na localidade de Dujail, a norte de Bagdad, na sequência de um atentado fracassado à caravana em que seguia Saddam Hussein.