A segunda sessão do julgamento de pedofilia na Casa Pia começa, esta quinta-feira de manhã, no Tribunal do Monsanto, depois de uma primeira audiência na Boa Hora. Um total de 33 vítimas estão implicadas neste caso, um dado até agora desconhecido, apurado pela TSF.
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As vítimas têm agora idades compreendidas entre os 13 e os 21 anos. Neste julgamento são quase todas representadas pela equipa liderada por António Pinto Pereira.
O advogado que vai estar ausente desta segunda sessão, como aconteceu na primeira, por se encontrar na Venezuela a defender o co-piloto da transportadora Air Luxor acusado de tráfico de droga.
Das 33 vítimas, apenas duas são representadas por outros advogados. Adelino Granja e David Valente testemunharam no âmbito do primeiro processo da Casa Pia que chegou a ter julgamento marcado para Setembro passado, em que Carlos Silvino é acusado por quatro ofendidos de 35 crimes de abuso sexual de crianças.
O julgamento, em resultado de um escândalo que abalou a sociedade portuguesa ao longo dos últimos dois anos, tem sete arguidos pronunciados por crimes que vão do abuso sexual de crianças a lenocínio (favorecimento da prostituição), passando por actos homossexuais com adolescentes, abuso de pessoa internada e posse de arma, e 32 vítimas.
O caso envolve um oitavo arguido, o arqueólogo subaquática Francisco Alves, inicialmente acusado de 34 crimes de lenocínio e um de posse ilegal de arma, mas que responderá apenas por aquele último delito, depois de ter sido despronunciado dos restantes.
Após uma primeira sessão na Boa Hora em que a sala de audiências da 7ª Vara demonstrou não ter condições para acolher um julgamento com tantos intervenientes, a juíza presidente do colectivo, Ana Peres, decidiu transferir a audiência para a «sala grande» do Tribunal do Monsanto, onde já decorreram outros mega-processos como o das FP-25, Universidade Moderna, «skinheads» e «Setúbal Connection 2».