A Juventude Popular, ao contrário do que defende o grupo parlamentar e o líder do CDS-PP, que optam pela abstenção, entende que o partido deve votar a favor da proposta do PS para convocar um referendo ao aborto.
Corpo do artigo
O líder da Juventude Popular diz que vai recomendar à direcção do CDS-PP o voto a favor da proposta para o novo referendo ao aborto.
«Somos favoráveis à convocação e entendemos que essa deveria a posição do partido. Há obviamente uma maioria na Assembleia da República que é favorável à liberalização do aborto. Se da última vez que existiram iniciativas nesse sentido se fez um referendo, desta vez também deverá existir», considera João Almeida.
«Entretanto passaram-se mais de oito anos, muitos dos jovens de hoje não votaram nessa altura. Esse é outro dos argumentos da Juventude Popular. Há uma nova geração que também deve participar nesta decisão», prossegue.
João Almeida não encontra qualquer motivo para que o CDS-PP não seja a favor da proposta de referendo, em sentido contrário ao que pensa o grupo parlamentar e o líder do partido, Ribeiro e Castro, que defendem a abstenção.
«Entre a abstenção e o voto a favor não me parece que haja uma distância tão grande», adianta João Almeida.
«A única questão que pode levantar reservas é a pergunta, mas essa será analisada autonomamente», acrescenta.
João Almeida afirma ainda que a posição do CDS-PP em relação ao aborto é clara.
Na sexta-feira o partido realiza uma reunião da comissão política para debater o sentido de voto dos seus deputados na proposta de referendo do PS que será votada no parlamento a 19 de Outubro.
Existem membros da comissão política e executiva de Ribeiro e Castro que preferiam que o CDS-PP votasse contra a convocação do referendo, uma vez que o partido é contrário à mudança da lei.