A partir de Agosto, vai haver árbitros profissionais no futebol português. Um número ainda indeterminado de árbitros vai aderir já esta época ao «regime de prioridade» profissional, podendo exercer outra actividade, mas de forma complementar.
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A decisão foi anunciada esta tarde por Vítor Pereira, presidente da comissão de arbitragem da Liga. Vítor Pereira garante que a grande mudança, para os árbitros, passa pelas condições de trabalho e não pelo salário.
O "projecto-piloto" vai ser explicado em breve aos juízes que, segundo o dirigente, neste momento ainda não têm as condições de trabalho adequadas ao novo regime: «Alguns nem sequer treinam num campo de futebol, mas em pista de atletismo».
«Queremos que treinem em campos e com aspectos intrínsecos ao jogo. O desafio é mudar a metodologia de trabalho. Vai ser o grande salto qualitativo, pois não se trata apenas da parte física. Haverá treinadores e psicólogos a acompanhá-los», revelou.
Os árbitros vão passar a ter provas físicas e testes escritos «mais e exigentes», numa avaliação «mais precisa» face às novas exigências.
A FIFA quer ver o sector apresentar um trabalho «mais ético e credível» e, nesse sentido, a Liga também vai ter um «novo modelo de observação, avaliação e classificação dos árbitros e observadores».
«Defendemos a arbitragem profissional em regime de prioridade e não de exclusividade. Os árbitros podem ter outra actividade, mas a principal será a arbitragem. O que vai diferenciar a arbitragem profissional do actual modelo não é o dinheiro que se vai ganhar, mas as condições em que se vai
trabalhar», acrescentou Vítor Pereira.