O Banco Comercial Português (BCP) confirmou, esta quarta-feira, que o resultado líquido conseguido no ano passado vai ser pior do que em 2006. Em causa estão os gastos com a OPA sobre o BPI e as reformas de administradores.
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O ex-presidente do conselho de administração do BCP Filipe Pinhal disse, terça-feira, na assembleia geral extraordinária do banco, que o volume de negócios da instituição financeira cresceu em 2007, mas que o lucro seria inferior ao registado em 2006.
Esta quarta-feira, em comunicado divulgado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BCP esclarece que «os resultados líquidos de 2007 incorporam um conjunto de impactos positivos e negativos, com preponderância destes últimos».
Os impactos negativos apontados respeitam, sobretudo, aos «custos com a Oferta [Pública de Aquisição] sobre o BPI» e com os custos com reformas antecipadas de colaboradores e de membros do conselho de administração executivo que cessou funções.
A 30 de Outubro, o BCP anunciou, na apresentação dos resultados do terceiro trimestre, que os custos relacionados com a OPA sobre o BPI ascenderam a um montante líquido de 65,5 milhões de euros, contabilizados em Maio de 2007.
Do conselho de administração que agora cessou funções, o ex-presidente do BCP Paulo Teixeira Pinto já tinha saído anteriormente da instituição, reformando-se.
Além dos apontados gastos com a OPA sobre o BPI e com reformas, o BCP adianta, ainda, como causas dos piores resultados o «comportamento dos mercados financeiros internacionais, em especial na segunda metade do ano, a par das alterações regulamentares que entraram em vigor em Portugal».
Assim, «apesar de no quarto trimestre se perspectivar uma recuperação face aos resultados do terceiro trimestre», «prevê-se que os resultados líquidos de 2007 sejam inferiores aos de 2006», diz o banco.
Nos primeiros nove meses do ano, os resultados líquidos do BCP caíram 27,5 por cento, face ao período homólogo, para 403,7 milhões de euros, influenciado por custos relacionados com a OPA lançada sobre o BPI e de reestruturação.