A deputada comunista Luísa Mesquita foi, esta terça-feira, expulsa do PCP que invocou a «grave violação» dos estatutos partidários e a quebra de compromissos assumidos para expulsar a deputada e vereadora, considerando que a sua atitude «é incompatível» com a qualidade de membro do partido.
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Num comunicado, esta terça-feira, divulgado o secretariado da direcção da organização regional do PCP/Santarém invoca «a atitude partidária adoptada por Luísa Mesquita de ostensivo incumprimento de princípios estatutários, de compromissos políticos e éticos assumidos».
O texto refere ainda que a deputada tem tido uma postura de «afrontamento ao Partido, com recurso a calúnias e à mentira», o que se torna «incompatível com a sua qualidade de membro do PCP».
O PCP/Santarém recorda o processo «iniciado com a recusa, em Junho de 2006, de colocar o seu lugar de deputada à disposição».
«Luísa Mesquita mente, e ao mentir atinge o Partido, quando nega a ausência de um compromisso que a mera leitura dos estatutos do Partido a que pertencia explicitamente refere», prossegue o comunicado.
«A recusa de Luísa Mesquita representou, assim, uma grave violação de princípios fundamentais do funcionamento do Partido e um desrespeito por compromissos éticos e políticos», acrescenta.
Sobre o diferendo, a deputada Luísa Mesquita manteve desde essa altura a mesma acusação à direcção do PCP, assegurando que lhe foi garantido que se se recandidatasse nas legislativas de 2005 seria para cumprir o mandato até ao fim - 2009.
No comunicado hoje divulgado, o PCP/Santarém acusa Luísa Mesquita de querer «usurpar um mandato que não lhe pertence» e acrescenta que, no processo disciplinar que ditou a sua expulsão, Luísa Mesquita «teve um premeditado e ostensivo alheamento».
O PCP recusa ainda ter tratado a deputada como «mulher a dias» e revela que o ano passado lhe propôs que saísse e ficasse «a receber até ao momento da reforma - para que não se verificasse um abaixamento do seu rendimento - um valor da subvenção vitalícia que a Assembleia da Republica lhe atribuiria».
A deputada eleita pelo PCP, deverá agora passar a deputada independente «não inscrita».