Há mais portugueses a pedirem ajuda ao gabinete do apoio ao endividado da DECO. No dia em que se espera mais uma subida das taxas directoras do BCE, a jurista da DECO, Natália Nunes, frisou que as dívidas dos portugueses envolvem cada vez valores mais altos.
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O gabinete de apoio ao endividado da DECO revelou que o número de portugueses que pediu ajuda a este gabinete até Outubro de 2006 foi superior ao registado em todo o ano de 2005.
Em declarações à TSF, Natália Nunes, jurista desta associação, contabiliza 731 pedidos de ajuda, mas estes apenas referentes a famílias sobre-endividadas passivas, ou seja, aquelas que contraíram dívidas numa altura em que tinha capacidade para as pagar.
«Quando contrataram tinham capacidade económica para o fazer e conseguiam cumprir pontualmente as suas obrigações, mas por razões que são incontornáveis e alheias, deixaram de ter capacidade, sendo que muitas delas já entraram em situação de incumprimento», acrescentou.
No dia em que se anuncia o sexto aumento de 2006 das taxas directoras do Banco Central Europeu, a jurista frisou que cada vez mais os portugueses estão endividados, com os números envolvidos a serem cada vez maiores, a envolveram em alguns casos créditos à habitação.
«Em 2000, quando iniciámos este projecto atendíamos famílias sobre-endividadas que tinham três ou quatro créditos. Em 2006, aparecem-nos, com muita frequência, famílias que têm 10, 15 ou 20 créditos, o que torna a situação bem mais complexa», concluiu.
Esta quinta-feira, o Banco Central Europeu deverá elevar a sua principal taxa directora para 3,5 por cento, mais 0,25 pontos percentuais que até agora, ficando agora esta taxa no valor mais alto desde há cinco anos.