O secretário de estado da Defesa reiterou, esta quinta-feira, o carácter ilegal do «passeio» de descontentamento que está previsto, esta tarde, na baixa lisboeta promovido por alguns militares. No Fórum TSF, João Mira Gomes disse não ter dúvidas de que se trata de uma manifestação.
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O secretário de estado da Defesa reafirmou hoje o carácter ilegal do «passeio» de descontentamento que está previsto, por volta das 17:30, na baixa lisboeta promovido por alguns militares.
No Fórum TSF, João Mira Gomes disse não ter dúvidas de que se trata de uma manifestação, «sublinhando que «o Governo partilha inteiramente da interpretação que foi feita pelo Governo Civil de que esta manifestação é ilegal».
«Este 'passeio' não é mais do que o encobrimento de uma manifestação, porque nós consideramos que um passeio se organiza contactando amigos, não se organiza através de reunião programadas com a participação de associações sócio-profissionais. Por outro lado, nos passeios, as pessoas vão normalmente vestidas de forma descontraída», considerou.
No entender do responsável, «quando há um apelo para a participação de fardas, quando há um caderno reinvidicativo, quando há um sinal claro de que há uma demonstração pública, isso configura uma manifestação».
O secretário de Estado revelou ainda que o Governo continua disponível para prosseguir o diálogo com os militares.
«A manifestação de logo à tarde é uma responsabilidade dos cidadãos que convocaram e que nela vão participar. O processo de diálogo já existia anteriormente e vai continuar no futuro. No âmbito destas reformas, também iremos falar com as associações sócio-profissionais», disse.
Igualmente ouvido no Fórum da TSF, o tenente-coronel Alpedrinha Pires, presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, aconselhou os militares a terem em linha de conta a decisão do Governo Civil de Lisboa, que proibiu a manifestação, bem como as declarações do primeiro-ministro.