O empresário de futebol Manuel Barbosa foi, sexta-feira, condenado ao pagamento de uma indemnização, no valor de 4.600 contos, que será repartida pelo Estado e por Vale e Azevedo, devido à prática de dois crimes de difamação agravada.
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Manuel Barbosa, empresário de futebol, foi, esta sexta-feira, condenado pelo Tribunal ao pagamento de uma indemnização de 3.600 contos ao Estado e mil contos a João Vale e Azevedo.
O empresário, que apelidou o antigo presidente do Benfica de ser «vigarista» e «trapaceiro eleitoral», foi considerado culpado de dois dos seis crimes de difamação de que era acusado.
O «caso» remonta a 1996, altura em que João Vale e Azevedo, em plena campanha eleitoral para a presidência do clube da Luz, apresentou Rui Costa como o «trunfo» da sua candidatura.
Há cinco anos, Manuel Barbosa era o representante do actual jogador do AC Milan e, segundo o empresário, Vale e Azevedo estabeleceu um protocolo de acordo com o internacional português, no qual rectificou cláusulas e valores relativos ao possível regresso de Rui Costa. Segundo o Tribunal, a acção de Vale e Azevedo foi legítima.
Em declarações aos jornalistas, Manuel Barbosa garantiu que vai recorrer da sentença, afirmando que o antigo presidente do Benfica deverá, muito em breve, sair em liberdade, pois não deposita grande confiança na justiça portuguesa.
«É muito simples de compreender. João Vale e Azevedo foi acusado pelo Ministério Público, o mesmo que me acusa a mim, e me pune. Tenho esperança que isto sirva para que, amanhã, o senhor Vale e Azevedo venha cá para fora tranquilamente», disse.
«Não espero outra coisa das nossas autoridades, a partir do momento em que têm a coragem de me punir, mediante as provas que possuía. Contudo, posso dizer que não trouxe outras aqui a 'lume' porque não gosto de esmagar ninguém que esteja em dificuldades, como é o caso dele», acrescentou.
«Lamento e não posso dizer mais nada, senão seria um 'terrorista' verbal, neste momento, e não o quero ser. Vou recorrer da sentença, e talvez o meu recurso possa prestar um grande serviço ao país, porque, se fui multado na quantidade que fui, imaginem vocês todos que temos de vender o Palácio de Belém e o de São Bento para indemnizar Vale e Azevedo», concluiu.