Marcelo Rebelo de Sousa, em entrevista publicada na revista «Sábado», deixou, novamente, a incógnita no que respeita à sua decisão de abandonar os comentários na TVI. O ex-líder do PSD reiterou que não será candidato à Presidência da República.
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Na revista, cuja edição está esta sexta-feira nas bancas, Marcelo Rebelo de Sousa frisou que apoia o ex-primeiro-ministro Cavaco Silva na corrida a Belém.
«Já o disse e reafirmo-o. Não está nos meus horizontes ser candidato e mantenho que o meu candidato é o professor Cavaco Silva. Quando digo que não serei candidato, penso que é claro que é em nenhuma circunstância», afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O ex-líder do PSD falou «por alto» sobre a sua decisão de abandonar a TVI, dizendo que foi uma decisão pessoal «num determinado contexto», mas não esclareceu os motivos que o levaram a cessar os seus comentários políticos na estação televisiva.
No entanto, e apesar do seu abandono, o professor revelou que «ainda não estava cansado» e que tinha a «intenção» de prolongar os comentários, «em princípio e se possível, por mais dois ou três anos».
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que o seu contrato com a estação de televisão previa que, a qualquer momento, as duas partes podiam cessar a colaboração, mas deixou bem claro que foi ele «próprio» que propôs, «num determinado contexto», terminar as suas funções.
Questionado sobre se no PSD ou no Governo alguma vez lhe fizeram sentir que a sua voz era incómoda, Marcelo adiantou que houve «vozes críticas» ao longo dos quatro anos e meio de comentário político e «em particular durante os Governos do engenheiro António Guterres».
Na entrevista, o ex-líder do PSD voltou a explicar que não sentiu «pressões que significassem uma tentativa de impedir ou condicionar certo tipo de intervenção» sobre o conteúdo dos seus comentários.
Confrontado sobre se considerava que a Central de Comunicação criada pelo Governo é um reflexo «da tentação» do poder político de tentar influenciar a comunicação social, Marcelo Rebelo de Sousa disse que não tem elementos para fazer essa apreciação.
No entanto, o ex-comentador da TVI revelou que nunca deixou de considerar que «as tentativas de controlo da comunicação social falham sempre», o que se «aplica a várias democracias europeias».