A Comissão de Utentes do IC 19 vai realizar uma «marcha do caracol», em protesto contra a imposição de portagens na CREL, entre Oeiras e Alverca. A acção inicia-se em Queluz, pelas 7:30, seguindo depois para outros pontos, terminando em Alverca.
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A Comissão de Utentes do IC 19 vai realizar uma «marcha do caracol» na Circular Regional Externa de Lisboa (CREL) de forma a protestar contra a recolocação de portagens naquela via, a partir de 1 de Janeiro de 2003.
A acção de protesto inicia-se pelas 07:30, na entrada da CREL em Queluz, seguindo depois para outros pontos como Belas, Montemor, Loures, Bucelas até terminar em Alverca.
Às 08:30 a comissão deverá realizar uma conferência de imprensa na estação de serviço CREL Norte, no sentido Cascais/Alverca, onde explicará as razões da marcha lenta, à velocidade mínima permitida, 40 quilómetros por hora, contra as portagens, que considera «altamente penalizante para quem vive e/ou trabalha na área da Grande Lisboa. A área metropolitana de Lisboa tem grandes carências ao nível das acessibilidades e mobilidade».
«O poder central, ao longo dos anos, não efectuou investimentos estratégicos e concertados na área das infra-estruturas rodoviárias e dos transportes públicos», acusa a comissão.
O caso pode fazer surgir uma nova comissão de utentes, depois da revolta ter tomado conta de um grupo de automobilistas que estão contra as portagens. A porta-voz Adelina Machado diz que as condições estão quase todas reunidas e «que nesta altura podermos anunciar uma outra comissão. Neste caso a de utentes da CREL. As indicações que tenho tido, de algumas pessoas , diziam expressamente que estariam reunidas todas as condições para se formar uma comissão de utentes da CREL» disse à TSF.
Portagens vão para o défice
Sobre a medida aprovada pelo Governo em Conselho de Ministros, e que retoma as portagens na CREL, a comissão de utentes entende que esta «serve única e exclusivamente para tapar o buraco do défice à custa de quem trabalha e não se insere numa política de acessibilidades».
«A Comissão de Utentes opõe-se frontalmente ao pagamento de portagens na CREL e não vai baixar os braços», afirmou. «Iremos protestar até às nossas possibilidades contra esta medida que para os utentes do IC 19 é extremamente penalizante. A alternativa é a de esperar maiores filas no IC 19, maiores do que já estão», acrescentou.
Alternativas e transportes públicos não ajudam
Como motivos segundo os quais as portagens não deverão ser retomadas naquela via, a organização refere que «o IC 19 é a única via entre Lisboa e Sintra e está largamente saturado. O IC 30 e o IC 16 estão ainda em fase de concurso para o próximo ano e a Circular Regional Interna de Lisboa) não está concluída», referiu ainda Adelina Machado.
A acrescentar a estes factos, há ainda as características do concelho de Sintra, que a porta-voz diz juntar o tecido urbano com o rural, pelo que nem todas as áreas estão servidas com transportes públicos.
As portagens na CREL têm sido contestadas pelos partidos da oposição e por moradores, empresários e autarquias que usam a via. Apenas os presidentes das Câmaras Municipais de Oeiras, Teresa Pais Zambujo, e Lisboa, Pedro Santana Lopes, se mostraram favoráveis às portagens na CREL.