Perante o avolumar de suspeita de cartelização no preço dos combustíveis, o presidente da BP garante que as empresas não combinam absolutamente nada entre elas. Hoje, a gasolina e o gasóleo voltaram a subir de preço.
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O presidente da BP nega qualquer cartelização. António Comprido afirma que «não existe cartelização, nos estamos descansados».
«As pessoas não sabem mas a venda de combustíveis está sujeita a um regime de preços vigiados, as empresas são obrigadas a fornecer todos os meses informação detalhada sobre o preço da mateira, o preço de venda, etc», salienta António Comprido.
O presidente do conselho de administração da BP garante que os preços aumentam da mesma maneira em todas as gasolineiras, só porque «as margens [de lucro] são muito pequeninas, estamos a falar de muitos poucos cêntimos».
O presidente da BP diz que nem mesmo a descida do preço do dólar permite baixar os combustíveis perante o consumidor. «A valorização do euro amortizou o aumento mas não o anulou», salienta.
«Além disso, o negócio da gasolina não é só ir buscar crude e vender aos cliente. Não é. Há toda uma cadeira de produção com custos que são em euros», salienta António Comprido.
PSD e PCP desconfiam de cartelização
No parlamento, o deputado do PSD Hugo Velosa, afirma que há de facto motivos para desconfiar de uma cartelização: «Estou desconfiado, e julgo que todos os portugueses estão, porque quando se pergunta como se forma o preço dos combustíveis para o consumidor final ninguém explica».
«Isso é decidido entre as grandes empresas - que em Portugal são poucas - que têm o poder desta formação de preço e que conjugam entre si os preços», sublinha.
O deputado considera «inacreditável» que a «liberalização tivesse sido feita para que houvesse concorrência e os preços diminuírem, como está a acontecer nas telecomunicações, mas nos combustíveis essa descida não se verifica».
Também o PCP acredita que as empresas combinam os preços dos combustíveis. O deputado Agostinho Lopes diz que os sinais são mais que óbvios.