O marinheiro desaparecido no sábado à noite no mar da Figueira da Foz estava acompanhado pelo imediato do cargueiro que ambos abandonaram para vir a terra, apurou hoje a Agência Lusa.
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«Esta não é uma situação normal», admitiu Fonseca Garcia, comandante da Capitania do Porto da Figueira da Foz, que esta tarde vai dirigir um interrogatório ao comandante do cargueiro «Harns», que tem pavilhão holandês.
O imediato, de nacionalidade holandesa, segunda figura da hierarquia do navio, encontra-se fora de perigo no Hospital Distrital da Figueira da Foz, onde está a recuperar de uma hipotermia.
Apesar do mar estar agitado e já ser noite, os dois homens deslocaram-se a terra, fazendo-se transportar num bote semi-rígido, num momento em que a entrada no cargueiro no porto ainda não tinha sido autorizada.
A força das ondas lançou ao mar os dois ocupantes do pequeno bote de bordo do cargueiro, encontrando-se ainda desaparecido o outro tripulante.
Fonseca Garcia disse à Lusa que o desaparecido é Leandro Veríssimo, de nacionalidade portuguesa e natural de Cabo Verde.
Segundo o capitão, o cargueiro transporta amido, proveniente da Finlândia, e deverá entrar no Porto Comercial da Figueira da Foz cerca das 17:00, se a maré o permitir.
As buscas prosseguem por terra e mar, neste último caso enquanto as condições atmosféricas permitirem, acrescentou.
De manhã, participou nas buscas um helicóptero da Força Aérea Portuguesa (FAP), em substituição de um outro do Serviço Nacional de Bombeiros que esteve na zona no sábado à
noite.
Fonseca Garcia disse que o helicóptero da Base Aérea do Montijo abandonou a Figueira da Foz cerca às 11:30, dado «já
não haver qualquer possibilidade de encontrar o naufrago com
vida».
A visibilidade no mar é reduzida, além de que se prevê um agravamento do estado do tempo para a tarde.
O capitão do Porto entende que o corpo do marinheiro deverá ser arrastado para sul pela corrente, sendo provável que venha a dar à costa.