O líder do PSD aconselha o primeiro-ministro a ter «tento na língua», numa resposta às acusações de José Sócrates de que os partidos de direita fingem não ter responsabilidades nos problemas do país.
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Reagindo às críticas que José Sócrates fez sábado à noite num jantar/comício em Mangualde (Viseu) no âmbito da sua recandidatura à liderança do PS, Marques Mendes afirmou, esta segunda-feira, o primeiro-ministro «a ter tento na língua e pensar melhor antes de falar».
Na ocasião, José Sócrates disse ser «incompreensível» e «chocante» ver «os partidos da oposição à direita criticar o PS por estar a resolver os problemas que eles criaram em Portugal».
«Isto espelha um duplo oportunismo: o primeiro porque fingem que não tiveram responsabilidade nenhuma e o outro por fingirem também que quem tem a culpa é quem tenta resolver os problemas», frisou.
Hoje, Marques Mendes recusou as acusações do primeiro-ministro, recordando que foi José Sócrates que, durante a campanha para as eleições legislativas, «não disse que ia aumentar impostos, tornar a saúde mais cara, aumentar a electricidade ou introduzir portagens nas SCUT».
Uma atitude que o líder social-democrata considerou ser «censurável».
«É censurável eticamente, porque não se pode fazer uma política depois de prometer outra», salientou Marques Mendes, que falava aos jornalistas no final de uma visita ao centro de saúde do Lumiar, em Lisboa.
Questionado sobre se a atitude de José Sócrates justifica a apresentação de uma moção de censura ao Governo, tal como defendeu Luís Filipe Menezes este fim-de-semana, Marques Mendes disse apenas que o PSD «censura o Governo todos os dias em que o Governo merece censura», não fazendo qualquer referência ao desafio do seu opositor no congresso de Pombal, em 2005.