O presidente do PSD propôs ao primeiro-ministro um acordo para a reforma da Segurança Social. No discurso que marcou a «rentrée» do PSD, Marques Mendes fez ainda propostas a nível de economia e da educação, aproveitando também para criticar o Governo.
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O presidente do PSD anunciou, este domingo, que propôs ao primeiro-ministro um acordo para a reforma da Segurança Social, a partir de propostas apresentadas por sociais-democratas e socialistas.
No encerramento da Universidade de Verão do PSD, Marques Mendes considerou fundamental que esta «reforma de geração», que vai prolongar-se no tempo, aconteça através de um «acordo entre o Governo e o PSD».
Em Castelo de Vide, o líder social-democrata classificou este acordo como um «imperativo nacional» e que «só pode ser útil ao país», frisando a necessidade de os portugueses ganharem confiança na Segurança Social.
«Precisam de ter confiança naquilo que é o esforço de solidariedade do Estado quando terminam a vida activa. Mas essa confiança não existe se as regras mudarem de cinco em cinco anos sempre para baixar pensões», acrescentou.
Apesar desta proposta, Marques Mendes criticou a reforma da Segurança Social do Governo, que entende ser «mais do mesmo», mantendo o modelo actual, apenas com algumas «correcções».
«Pode atender problemas necessários de curto prazo, mas repete os erros do Governo Guterres no médio e no longo prazo e conduz, a prazo, a uma brutal redução das pensões de reforma», defendeu.
Por outro lado, para Marques Mendes, o modelo defendido pelos sociais-democratas assegura a sustentabilidade no curto, médio e longo prazo, garantindo pensões mais elevadas e representando um modelo «mais justo» e «com olhos postos no futuro».
O modelo do PSD prevê um sistema misto, em que uma parte dos descontos do trabalhador continuaria a reverter para todos e outra parte seria canalizada para uma conta individual de capitalização.
Segundo esta proposta, para gerir estas contas existiria obrigatoriamente um fundo público gerido pelo Estado ou uma instituição pública, cabendo ao trabalhador escolher qual a entidade que preferia.
Neste discurso que marcou a "rentrée" social-democrata, Marques Mendes propôs também a criação de um programa de apoios às Pequenas e Médias Empresas com três medidas essenciais e a criação de «sistema nacional de avaliação das escolas» do básico e secundário, quer públicas, quer privadas.
O líder do PSD aproveitou ainda para pedir a divulgação pública em relação aos licenciados no desemprego, dos cursos que tiraram e das universidades em que foram ministrados.
No discurso, Marques Mendes assinalou ainda o facto de se estar a dar uma retoma económica na Europa que pela primeira vez não está a ser acompanhada por Portugal.
O presidente dos sociais-democratas insistiu também no objectivo de Portugal «crescer três por cento» e considerou que o Governo «limita-se a gerir o empobrecimento de Portugal.
«Só a crescer três por cento é que Portugal volta a aproximar-se da Europa e o nível de vida de cada português se aproxima do nível de vida de cada português», adiantou.
Para Marques Mendes, só com este crescimento se pode «combater o desemprego e criar oportunidades para os jovens que acabam um curso superior».