O líder do PSD disse, esta quinta-feira, que irá votar «não» no referendo sobre o aborto, que se realiza a 11 de Fevereiro. Marques Mendes revelou ainda que o partido irá organizar uma conferência nacional sobre esta questão.
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«Vou votar 'não' neste referendo, tal como votei no referendo anterior. Não vejo razões para mudar de opinião e considero que a actual lei é equilibrada», afirmou o líder do PSD, partido que não tem uma posição oficial sobre a despenalização do aborto.
Um dia depois de o Presidente da República ter anunciado a convocação do referendo sobre a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) para o dia 11 de Fevereiro de 2007, Marques Mendes divulgou também a única iniciativa que o partido vai realizar no âmbito da campanha para a consulta popular.
«O PSD vai promover, no próximo dia 20 de Janeiro, uma conferência nacional sobre a questão da interrupção voluntária da gravidez», anunciou o líder social-democrata.
Uma conferência nacional que o PSD pretende que seja «na prática, um debate aberto às várias posições em presença, reunindo especialistas de diversas áreas e de vários quadrantes políticos», destinado à promoção de um maior esclarecimento público de uma matéria «da consciência individual de cada um».
«Esta iniciativa é promovida pelo PSD, mas terá um carácter despartidarizado. Somos autores da ideia, mas queremos concretizá-la de forma aberta e plural», salientou, apelando à participação do maior número de pessoas num debate que os sociais-democratas pretendem que seja «sereno e rigoroso».
Contudo, apesar de o PSD não dar qualquer orientação de voto ao seus militantes por considerar que «os partidos não são donos da consciência dos cidadãos» e que cada pessoa deverá decidir livremente em função dos «valores que defende», Marques Mendes apelou «à participação de todos».
Marques Mendes reiterou ainda a concordância do PSD com a decisão do Presidente da República de convocar o referendo sobre o aborto, recordando que os sociais-democratas sempre defenderam que qualquer alteração à actual lei deveria ser precedida de uma consulta popular.
A campanha para o referendo sobre o aborto irá decorrer entre 30 de Janeiro e 09 de Fevereiro.