O mau tempo provocou, na quarta-feira, 873 inundações, 407 quedas de árvores, 68 desabamentos e deslizamentos de terras, um pouco por todo o país, segundo os bombeiros. Uma idosa, que sofria de problemas cardíacos, faleceu ao ver a casa onde vivia em Pombal inundada.
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Os distritos de Lisboa, Santarém, Leiria, Coimbra, Castelo Branco, Guarda e Setúbal foram os mais atingidos pela intempérie, de acordo com o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC).
O alerta amarelo de mau tempo, que vigora desde terça-feira, mantém-se até às 21:00 de quinta-feira, altura em o SNBPC prevê a estabilização das condições atmosféricas.
No distrito de Coimbra, um autocarro com cerca de 50 crianças foi arrastado pelas águas de um rio no concelho de Soure, uma família ficou desalojada e
foram registadas dezenas de inundações e vários cortes de estrada.
Vários concelhos do distrito de Leiria registaram inundações, tendo a cidade de Pombal sido a mais fustigada.
A Câmara de Pombal accionou o Plano Municipal de Emergência para fazer
face à situação causada pelo mau tempo no concelho, onde uma mulher com cerca de 80 anos, que sofria de problemas cardíacos, morreu de madrugada ao ver a sua casa inundada, na cidade.
Na zona de Leiria, uma ruptura de um canal obrigou a obras de emergência no rio Lis.
Em Santarém, o plano distrital de cheias foi activado, após uma das barragens do Rio Tejo ter atingido a capacidade máxima.
Neste distrito, o mau tempo obrigou à retirada de 20 famílias das suas casas no centro da cidade de Tomar e a Escola Básica do 1º Ciclo de Porto da Lage teve de ser evacuada ao fim da manhã, devido à subida do nível das águas da Ribeira da Bezelga, afluente do Rio Nabão.
O mau tempo provocou também durante a madrugada inundações em Aveiro, Albergaria-a-Velha, Anadia e Mealhada.
A subida do caudal do Rio Mondego inundou várias habitações da zona do Vale do Mondego, próximo da Guarda, um distrito onde infiltrações levaram ao encerramento de salas do bloco operatório do hospital.
Em Ourique, distrito de Beja, o muro e as arcadas do miradouro do castelo ruíram devido às fortes chuvadas.
Na zona da grande Lisboa, os Sapadores Bombeiros registaram, entre as 08:00 e as 20:00 de hoje, 122 pedidos de socorro, a maioria relacionados com quedas de árvores e inundações em casas e na via pública.
Os locais mais problemáticos foram a Calçada de Carriche, à entrada de Lisboa, e a zona do Estádio da Tapadinha, em Alcântara, bem como a Rua Vítor Cunha Rego e Rua Eduardo Covas, no Lumiar.
No concelho de Loures, uma escola ficou inundada, privando 700 alunos de aulas e de refeições.
A chuva e vento forte fustigaram também a região do Alentejo, causando a queda de dezenas de árvores e inundações em habitações e vias públicas.
A circulação ferroviária na Linha do Algarve, entre Tunes e Faro, esteve interrompida até às 09:00, após a resolução da queda de uma catenária, enquanto na Linha do Norte, entre Souselas e Coimbra B, a circulação foi normalizada às 12:30, depois de ter sido cortada devido a acumulação de água.
Um aluimento de terras na Estrada Nacional 220, em Moncorvo, e inundações em garagens foram as principais consequências do mau tempo ao longo da noite nos distritos de Porto, Bragança, Viana do Castelo e Vila Real.
A quantidade de chuva registada desde o início do mês em Portugal Continental excedeu já, à excepção de Faro, a média mensal para Outubro, segundo o Instituto de Meteorologia.