Um medicamento contra o cancro provocou a morte a, pelo menos, 124 pessoas no Japão. O Ministério da Saúde japonês restringiu o uso do «Iressa» e criou uma comissão para verificar, com exactidão, os efeitos do fármaco.
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Pelo menos 124 pessoas morreram no Japão, nos últimos cinco meses, em consequência dos efeitos secundários provocados por um medicamento usado no tratamento do cancro do pulmão, o Iressa, fabricado e comercializado no Japão pelo grupo britânico AstraZeneca.
Segundo o Ministério da Saúde japonês, as mortes surgem no seio de um grupo de cerca de 500 pacientes que desenvolveram graves efeitos secundários depois de usarem o Iressa, que apenas é vendido no Japão.
Como resultado desta descoberta, o ministério nipónico formou, de imediato, uma comissão de 12 médicos especialistas com o objectivo de monitorizar, em ambiente restrito, a utilização do fármaco.
Para já, o medicamento não vai ser retirado do mercado mas foram dadas ordens, pelas autoridades nipónicas, para que os pacientes a quem seja administrado o Iressa sejam hospitalizados durante um mês e controlados pela referida equipa de especialistas. O objectivo é identificar e resolver quais os problemas causados pelo fármaco.
Actualmente, o Iressa é classificado de «medicamento milagroso» por actuar em pacientes que sofrem de cancro do pulmão e nos quais os tratamentos tradicionais e a radio e quimioterapia já não produzem efeitos.
Desde a introdução do Iressa no mercado japonês, a 16 de Julho de 2002, o mesmo foi prescrito a 19 mil doentes. Deste grupo, cerca de 500 pacientes, ou 2,6 por cento, apresentaram efeitos secundários, dos quais 124 vieram a falecer.
No passado dia 15 de Outubro, a filial japonesa da AstraZeneca reforçou os avisos para as condições de prescrição do medicamento, mas optou por manter a sua comercialização.