A Deco lança um aviso aos consumidores: os preços dos medicamentos que precisam de receita podem sofrer aumentos em breve por causa do acordo entre o Governo e a indústria farmacêutica. A Deco avisa ainda que os medicamentos vendidos fora das farmácias não estão mais baratos.
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A Deco divulgou ainda um estudo que demonstra que os medicamentos vendidos fora das farmácias não estão mais baratos.
A revista Teste Saúde chegou à conclusão que - à excepção de alguns hipermercados onde os preços se mantêm iguais aos praticados antes da liberalização - o preço médio aumentou quase três por cento.
«Ao contrário dos objectivos anunciados pelo Governo na altura, a liberalização e venda fora das farmácias não levou à redução do custo», conclui o estudo, que comparou o preço de 20 medicamentos vendidos antes e depois da liberalização.
As farmácias são ligeiramente mais caras (0,5 por cento), mas vendem metade dos fármacos a preços mais baixos, situação que leva a Teste Saúde a afirmar que «na prática, a venda de medicamentos fora das farmácias não constitui ainda verdadeira concorrência».
Os resultados da revista da Associação de Defesa do Consumidor DECO contrariam um outro estudo divulgado no início do mês pelo Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (INFARMED), baseado em dados fornecidos por 154 dos 231 locais de venda fora das farmácias.
Num comunicado divulgado hoje, a DECO alerta ainda os consumidores para um «provável agravamento dos preços» dos medicamentos sujeitos a receita médica, uma vez que o Governo e a indústria farmacêutica decidiram mudar os cálculos para a fixação de preços para os novos medicamentos.
O acordo prevê a fixação do preço máximo a partir da média de quatro países (além dos três de referência, a Grécia): «o resultado será, provavelmente, um agravamento dos preços, pois a média de quatro países será superior ao mínimo
praticado em três países, considerados dos mais baratos».
A DECO critica ainda o facto de o acordo ter sido realizado «à porta fechada», sem a presença das associações de defesa do consumidor, defendendo que o Estado devia «ser o primeiro a dar o exemplo em matéria de transparência».