No Porto, mais de um milhar de manifestantes concentraram-se na Praça de Liberdade, numa concentração convocada pela União de Sindicatos do Porto (ISP/Intersindical) contra o pacote laboral e a política do Governo.
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O coordenador da USP/Intersinsical, João Torres, centrou a sua intervenção na crítica à política do Governo. Na opinião do dirigente sindical a estratégia da coligação PSD/PP «conduziu à recessão da economia, fulminou a auto-estima dos portugueses e trouxe o país a uma perigosa situação de regressão política, social e cultural».
«Este é o período mais negro do Portugal democrático», considerou João Torres, para quem, «com o Orçamento de Estado previsto para 2004 (OE/2004), é óbvio que se irão manter os problemas estruturais, que não haverá crescimento económico e que o país continuará a afastar-se dos seus parceiros europeus».
O coordenador culpa «a obsessão do Governo pelo défice» pela actual situação do país, «que apenas tem servido para aumentar drasticamente o desemprego e impor sacrifícios aos trabalhadores e às camadas mais desprotegidas da população».
«É péssima a apreciação que fazemos deste governo, que em tudo opta pelos mais fortes: na distribuição da riqueza está ao com os ricos; no Pacto de Estabilidade e crescimento está com a Alemanha e a França; na guerra coloca-se ao lado dos Estados Unidos», acrescentou.
João Torres apelou à mobilização dos trabalhadores em defesa da Segurança Social, da administração pública e do Serviço Nacional de Saúde, sectores que considera estarem ameaçados pela política do governo.
Em Lisboa, também milhares de trabalhadores desfilaram esta tarde na Avenida da Liberdade, em Lisboa, num protesto contra o novo Código de Trabalho que entra em vigor na segunda-feira.