Marques Mendes quer que o primeiro-ministro e o ministro da Administração Interna se desloquem ao Parlamento para explicarem e assumirem responsabilidades no caso da invasão de uma exploração de milho transgénico em Silves. O líder do PSD diz que há indícios de que o Instituto da Juventude patrocinou a acção.
Corpo do artigo
Sublinhando a gravidade da situação que envolveu cerca de uma centena de activistas anti-transgénicos, que destruíram parte de uma plantação de milho transgénico, Marques Mendes adiantou que o PSD vai pedir «a convocação urgente» da comissão permanente da Assembleia da República para discutir a matéria.
«Espero que o pedido não seja negado (...), só faltava mais isso», referiu, considerando que, «no mínimo», o ministro da Administração Interna deve estar presente na reunião para explicar o que aconteceu e assumir as responsabilidades.
Contudo, acrescentou, seria bom que também o primeiro-ministro se deslocasse ao Parlamento, já que se trata de uma «matéria grave» e «há indícios de que um instituto do Governo [o IPJ] acarinhou ou patrocinou uma iniciativa que acabou em violência».
O Diário de Notícia revela na edição de hoje que o Ecotopia, encontro internacional que decorre em Aljezur e de onde saíram os jovens que participaram na destruição de um hectare de milho transgénico, é apoiado pelo Instituto Português da Juventude.
«Destruir propriedade privada é crime, nada justifica invadir e destruir propriedade privada e nas barbas da GNR. O Estado tem obrigação de defender os bens e as pessoas. É preciso apurar responsabilidades, saber porque a GNR não previu e evitou um crime», salientou o líder social-democrata.
Além disso, acrescentou Marques Mendes, o comunicado emitido pelo Governo acerca dessa situação «é omisso no essencial», porque não explica a razão porque, tendo estado presente, a GNR não agiu.
«Ninguém sabe quem é a responsabilidade e quem assume as consequências», lamentou, classificando esta situação como «a negação da autoridade do Estado».
«Tem de haver responsabilidades e consequências», insistiu.