Luís Filipe Menezes despediu-se, esta terça-feira, de José Sócrates, garantindo que vai continuar na política. Ainda assim, o líder demissionário do PSD nada adiantou sobre o que vai fazer para além de permanecer na presidência da Câmara de Gaia.
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Luís Filipe Menezes esteve hoje reunido durante quase duas horas com o primeiro-ministro, José Sócrates, para se despedir enquanto presidente do PSD e sublinhou no final do encontro que não se reformou da política.
«Eu governo uma comunidade onde vivem três por cento dos portugueses, que é a terceira maior cidade de Portugal, portanto, não estou reformado da política, de forma nenhuma», declarou Menezes aos jornalistas, na residência oficial do primeiro-ministro.
O presidente da Câmara Municipal de Gaia - cargo a que já anunciou que vai recandidatar-se nas eleições autárquicas de 2009 - acrescentou que aguarda por uma «etapa melhor e mais importante» no futuro.
«A grande sabedoria é saber sair e às vezes saber dar um passo atrás ou ao lado para poder continuar a dar passos em frente», considerou.
Questionado sobre a sua próxima etapa, respondeu: «Vamos ver. Para já tenho que continuar a governar bem Vila Nova de Gaia e procurar que contribua para o desenvolvimento do Norte e do país em geral».
Sobre o futuro do partido, afirmou que espera que os militantes voltem a «mostrar ao país que quem manda no PSD não são meia dúzia de pessoas que nada tem a ver com o interesse nacional e com o interesse de afirmação do PSD como partido alternativo», escusando-se a nomeá-las.
Luís Filipe Menezes adiantou que «porventura» não irá ao congresso do PSD de 20, 21 e 22 de Junho que vai eleger os novos órgãos nacionais do partido para não se «imiscuir e parasitar o ciclo que começa» depois das directas de 31 de Maio.
Segundo o presidente cessante do PSD, no encontro com José Sócrates não se discutiu o PSD, mas sim o país.
«Procurei ao longo destes meses ser leal, mas duro. Isso nunca me impediu de ter uma relação pessoal muito escorreita e muito positiva com o actual primeiro-ministro», disse.