Luís Filipe Menezes deve ter espaço para reflectir e não deve ser pressionado no sentido de uma recandidatura à presidência do PSD. É a posição do líder da distrital do Porto que na sexta-feira aprovou por unanimidade um apelo à recandidatura.
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«Luís Filipe Menezes precisa do espaço próprio da decisão», afirmou Marco António Costa, em declarações aos jornalistas em Matosinhos.
«Como amigo dele, tenho que o deixar estar à vontade, sem se sentir pressionado», acrescentou.
Para o líder da maior distrital social-democrata do país, a questão principal não é, no entanto, saber se Menezes se recandidata, mas «se estas eleições vão interessar para alguma coisa».
«O que interessa é saber se os candidatos derrotados estarão disponíveis para aceitar os resultados», frisou.
Marco António Costa questionou ainda se o futuro líder do partido «será um candidato com um projecto basista, na linha do velho PPD, ou alguém que vai repensar politicamente o partido, como um movimento de quadros superiores, com pouco contacto com a realidade».
«Será que vamos ter um PSD à PPD ou à BE (Bloco de Esquerda)», questionou o dirigente, recordando que o partido é tradicionalmente formado por «gente simples e trabalhadora», com uma forte vertente «interclassista».
Depois de admitir que «ainda não se apresentaram todos os candidatos», Marco António Costa defendeu a necessidade de se apresentar às eleições internas «um candidato que traga tolerância e respeito para dentro do Partido».
O líder do PSD/Porto manifestou ainda «preocupação» pelo que considerou ser «o lançamento de movimentos que se destinam a criar um embrulho para algo que já está a acontecer», ou seja, criar condições para «a passagem autorizada» para o PS de personalidades ligadas ao PSD.
Instado a concretizar esta ideia, citou apenas o nome de José Miguel Júdice, acrescentando que o PSD tem capacidade para apresentar um projecto alternativo ao do PS.
«O PS não vai ter motivos para sorrir», frisou Marco António Costa.