Luís Filipe Menezes acrescentou, este domingos, argumentos à tese de que o Estado está a tentar controlar o BCP. Em declarações aos jornalistas, o presidente do PSD classificou a situação no BCP como «muito grave» e defendeu que está em curso «uma OPA informal» com uma lógica politica e partidária.
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O líder do PSD, Luís Filipe Menezes, considerou hoje «muito grave» a actual situação do BCP, afirmando tratar-se de «uma OPA informal com uma lógica político-partidária» sobre o maior banco privado português.
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma cerimónia na Câmara de Gaia, o líder social-democrata classificou como muito perigosa a situação no BCP dizendo que é evidente que está em marcha «uma OPA [Operação Pública de Aquisição] informal com uma lógica político-partidária daquele que é o maior banco privado português».
O também presidente da Câmara Municipal de Gaia disse que «somando a Caixa Geral de Depósitos ao BCP passaria a haver uma capacidade de influenciar a sociedade portuguesa impensável em democracia».
Luís Filipe Menezes desafiou «todos os que têm responsabilidades políticas em Portugal a levantar a sua voz», para que seja averiguado como é que nomes como o de Santos Ferreira e de Armando Vara (administrador da CGD) surgem como solução para resolver a crise do BCP.
O líder social-democrata frisou, contudo, estar «preparado para tudo», acrescentando «não estranhar» se também o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, conseguir acumular um lugar no banco.
O líder do PSD quer saber como é que um processo como este «andou a dar passos sucessivos no Banco de Portugal durante muitos anos sem nada ter acontecido e agora, de um dia para o outro, quem conviveu eventualmente com irregularidades e com situações menos transparentes vem colocar um ponto final, numa altura em que é possível construir uma situação a favor dos interesses político- partidários do PS».
Contactado pela TSF, o Ministério das Finanças diz que não tenciona comentar as declarações do líder social-democrata.