Luís Filipe Menezes quer explicações cabais do Governo, até ao final da semana, sobre alegadas pressões exercidas sobre os sindicatos, e admite usar todos os instrumentos que existem num estado de direito para censurar o Governo. O novo líder do PSD pede ainda a alguns notáveis do PS que se insurjam contra a situação.
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O novo líder do PSD, Luís Filipe Menezes, está preocupado com casos como o ocorrido segunda-feira numa sede sindical na Covilhã e desafia os notáveis do PS a insurgirem-se contra o que classificou como «atentados às liberdades».
«Estamos a acompanhar estes casos [na Covilhã e em Montemor-o-Velho], que não são isolados, com muita preocupação. Estamos com um problema sério de liberdades e julgo que é altura de vozes do Partido Socialista como o
Dr. Mário Soares, o Dr. Jorge Sampaio ou o Dr. Vera Jardim - referências da liberdade em Portugal - se insurgirem e se indignarem contra isto, que nunca na vida tinha acontecido em 30 anos de democracia», afirmou.
Luís Filipe Menezes falava aos jornalistas em Coimbra, à entrada para um almoço com os nove presidentes de Câmara social-democratas, membros da direcção da Associação Nacional de Municípios Portugueses.
«Estamos numa situação muito grave e o PSD, se não tiver explicações cabais no Parlamento ainda esta semana, poderá vir a utilizar todos os instrumentos que existem no Estado de Direito para censurar o governo numa matéria que é muito delicada», ameaçou o presidente eleito social-democrata, não esclarecendo, contudo, que medidas concretas poderão ser adoptadas.
Ao acusar o Governo de «perseguir sindicalistas», Luís Filipe Menezes considerou «caricato» que surja «um membro do Governo quase a fazer uma manifestação contra o seu próprio Governo, a abrir inquéritos contra a actuação da polícia».
«A polícia merece-nos todo o respeito, mas há uma tutela na polícia, há uma responsabilidade política que decorre de existir um ministro da Administração Interna e um primeiro-ministro», salientou.