Na última década o ensino básico e secundário perdeu quase 400 mil alunos e esta tendência vai manter-se nos próximos cinco anos. Esta é uma das conclusões do estudo sobre a população escolar dos ensinos básico e secundário, que comparou os dados do Censos de 1991 com os dados de 2001.
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Os dados são revelados por um estudo do Ministério da Educação, segundo o qual, o analfabetismo está a baixar, mas o insucesso escolar é ainda muito elevado, a par também do grande número de estudantes que abandonam as escolas.
A principal causa da redução do número de alunos no ensino básico e secundário é o envelhecimento da população. Este comparativo prevê que em 2006 o número de alunos que frequentam o 2º e o 3º ciclo e o secundário vai diminuir. Só os alunos do primeiro ciclo é que devem ser mais numerosos.
Em relação ao ensino secundário houve um aumento, que se explica pelo facto dos alunos dos alunos terem idades muito diversas, ou seja, são muitos os que não têm a idade considerada normal, 15/17 anos.
Há mais alunos a frequentarem o ensino secundário, mas Portugal continua muito afastado da média europeia. Na maior parte dos países, o ensino secundário não é obrigatório, mas os estudantes optam por terminarem o 12º ano. Já em Portugal são muitos os que desistem dos estudos, depois de terem concluído o 9º ano.
Quanto ao analfabetismo registou-se um decréscimo. Em 1991 era de 11 por cento e em 2001 baixou para nove por cento.
Em relação ao abandono escolar, isto é, saída da escola antes dos 16 anos sem o 9º ano completo, diminuiu. Mas ainda há muitos casos de insucesso, no ano passado cerca de 18 mil pessoas com menos de 15 anos não frequentavam a escola. Este número é seis vezes inferior ao registado em 1991.
É durante os 14/15 anos que a percentagem de abandono escolar é mais forte, quase 70 por cento.
O insucesso escolar nos anos 90 houve uma redução da distância entre idade normal da frequência de um ciclo e a idade real dos alunos que o frequentam. O segundo ciclo é o que regista menos alunos com a idade correspondente, só 54 por cento tinham 10/11 anos.