Miguel Beleza está contra as pressões que têm sido exercidas sobre o governador do Banco de Portugal, a propósito das irregularidades no BCP. Este antigo ministro das Finanças lembra que não faz sentido pedir a Vítor Constâncio dados que ele não tem.
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Miguel Beleza lamentou as pressões que têm sido feitas sobre o governador do Banco de Portugal a propósito das irregularidades no BCP, mesmo que admita que sejam necessários esclarecimentos por parte de Vítor Constâncio.
Ouvido no Fórum TSF, este ex-governador do Banco de Portugal entende que não faz sentido «forçar» Constâncio para obter dele dados que não possui, muito embora esta seja uma «questão muito séria».
«É absolutamente razoável os partidos políticos, Assembleia da República, Governo e opinião pública queiram saber o que se passa. Agora, parece-me que é preciso deixar as entidades actuar e depois exigir responsabilidades e julgar se exerceram de forma adequada a sua actuação», adiantou.
Para este antigo ministro das Finanças, as pressões que têm sido exercidas sobre o governador do Banco de Portugal têm sido uma espécie de «pedidos precipitados» que têm «sobretudo um carácter político no mau sentido da palavra».