O maestro Miguel Graça Moura, garantiu que só regressará à Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML), quando existirem condições para trabalhar.
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Graça Moura afirmou à agência Lusa que só volta à OML «quando tiver alguma coisa para fazer ou condições para trabalhar».
Esta posição surge no seguimento da acção de protesto feito por cerca de cem estudantes, funcionários e músicos, que fecharam a cadeado a porta principal do edifício da OML, para exigirem a demissão do maestro.
Graça Moura referiu que «não está disposto a ouvir gritarias» e que «estão a paralisar a gestão», dizendo ainda que «quando chegarem os cheques para os salários pode não haver quem os assine».
Maestro «sequestrado»
Os alunos, músicos e funcionários do OML, que quinta-feira levaram a cabo o protesto, prometeram montar um piquete a partir das 09:00 de hoje para tentar impedir a entrada do maestro, no edifício.
Apesar da contestação, em declarações aos jornalistas na passada quinta-feira, Miguel Graça Moura sublinhou que não irá apresentar a demissão, e acusou o presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes de mover campanhas para a sua demissão.
Uma semana de braço-de-ferro
O início deste braço-de-ferro, teve o seu início na sexta-feira passada, quando Graça Moura revelou que iria deixar a direcção Associação Música - Educação e Cultura (AMEC), que integra a OML, sem especificar datas.
Esta medida de Graça Moura tem como objectivo permitir que os 160 trabalhadores da instituição recebam os salários, que estão já em atraso. A AMEC atravessa uma crise financeira, cuja responsabilidade é atribuída a Graça Moura, que por sua vez a rejeita.
Este diferendo provocou o cancelamento do concerto de encerramento do VI Festival de Órgão de Lisboa, previsto para a noite de domingo passado, na Sé Patriarcal de Lisboa.