Contrariando a informação de que o golpe de Estado na Mauritânia tinha sido neutralizado, os chefes militares revoltosos garantem ter assumido o controlo do país. Centenas de mauritanos saíram às ruas da capital Nouakchott para celebrar.
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Chefes militares da Mauritânia levaram hoje a cabo um golpe de Estado e anunciaram ter assumido o controlo do país. Os revoltosos criaram um Conselho Militar para a Justiça e Democracia, a fim de «acabar com o poder totalitário» no país, de acordo com um comunicado divulgado pela agência noticiosa da Mauritânia.
O presidente da Mauritânia, Maouya Ould Sid Ahmed Ould Taya, que estava fora do país, chegou ao poder em Dezembro de 1984, através de um golpe de Estado.
Ahmed Ould Taya participou na terça-feira em Riade no funeral do rei Fahd e encontra-se actualmente na capital do Níger, depois do avião em que regressava a Nouakchott ter sido impedido de aterrar no aeroporto da capital, encerrado pelas forças golpistas.
Presidente da República Maouya Taya está no Níger
Apesar do anúncio do golpe de Estado, a situação na capital continua confusa, com a guarda presidencial revoltada a controlar os pontos estratégicos em Nouakchott, enquanto o avião do chefe de Estado mauritano foi impedido de aterrar no país e seguiu para o Níger.
As informações prestadas à EFE por fontes militares que solicitaram o anonimato contrariam anteriores notícias de que as forças leais a Maouya Ould Sid Ahmed Ould Taya tinham neutralizado uma tentativa de golpe de Estado no país na ausência do presidente, que foi terça-feira à Arábia Saudita, ao funeral do rei Fahd.
O porta-voz do Fórum da Oposição mauritana no exílio, Bidi Ould Binu, disse que o golpe de Estado «parece» ter sido bem sucedido, congratulando-se por não ter existido «violência contra a população».
Ould Binu precisou que não tem informações sobre os autores do golpe, mas «parece» que o batalhão da Guarda Presidencial dirigiu a sublevação.
Até ao momento nem as autoridades mauritanas, nem os militares golpistas, se pronunciaram oficialmente sobre a situação vivida na capital.