O Ministério da Economia não faz qualquer comentário à demissão do presidente da Entidade Reguladora do Sector Energético (ERSE), nem à acusação deixada por Jorge Vasconcelos de que a intervenção do Governo no aumento das tarifas de electricidade acabou com a independência do regulador.
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O ministério da Economia limita-se a dizer, em comunicado, que a nova proposta de aumento cumpre o objectivo do Governo.
A ERSE anunciou esta sexta-feira que o máximo de aumento que os consumidores domésticos vão ter na factura da luz no próximo ano é de seis por cento.
Uma subida muito abaixo do valor que chegou a ser proposto e que levou o Governo a intervir para limitar os aumentos.
O presidente demissionário, Jorge Vasconcelos, considera que a intervenção do executivo acabou com a regulação independente do sector em Portugal e avisa que com estes aumentos - que considera baixos - será criado um défice adicional de quase 80 milhões de euros.
Vice-presidente considera demissão «inconsistente»
Em reacção ainda a esta demissão de Jorge Vasconcelos, a vice-presidente da entidade reguladora mostra-se surpreendida com a decisão.
Maria Margarida de Lucena considera tratar-se de uma «posição inconsistente», já que Jorge Vasconcelos coordenou o processo tarifário já de acordo com as novas regras a que agora recorre para abandonar funções.
A vice-presidente do regulador do sector energético considera que, se o presidente não estava de acordo, deveria tê-lo manifestado mais cedo.