O Ministério Público está a investigar um caso suspeito de «gestão danosa» no Hospital Dona Estefânia. A Inspecção Geral de Saúde instaurou oito processos disciplinares a antigos responsáveis daquela instituição.
Corpo do artigo
Antigos directores, administradores, directores clínicos e uma enfermeira directora são responsabilizados pelo facto do Hospital Dona Estefânia não ter cobrado milhões de euros de serviços prestados, avança, terça-feira, o jornal «Diário de Notícias».
Ficaram por cobrar quatro milhões e 200 mil euros (quase 900 mil contos) relativos a serviços prestados pelo Hospital Dona Estefânia a particulares ou subsistemas de saúde durante quatro anos, entre 1995 e 1999.
Uma auditoria financeira iniciada no ano 2000 apontava para irregularidades processuais nas cobranças, mas um inquérito da Inspecção Geral de Saúde vai mais longe e denuncia a falta de empenho no efectivo controlo dos serviços.
Segundo o «Diário de Notícias» os 4,2 milhões de euros correspondem a facturação que não foi cobrada na altura devida.
Neste momento a maioria já prescreveu, ou seja, grande parte da verba não vai entrar nos cofres do Estado.
Por suspeita de gestão danosa os resultados do inquérito foram comunicados ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas que já estão a investigar o caso.
A Inspecção Geral de Saúde instaurou, também, processos disciplinares a oito antigos responsáveis do Hospital Dona Estefânia, são quatro médicos, na altura directores e directores clínicos, três administradores delegados e uma enfermeira directora.
O jornal adianta que destas oito pessoas apenas uma continua nos quadros do Hospital. Os ex-responsáveis do Dona Estefânia poderão vir a responder por responsabilidade disciplinar, criminal e financeira.