A ministra da Saúde, Ana Jorge, admitiu esta terça-feira ter herdado uma das pastas mais «difíceis e complexas» da governação, considerando existirem «demasiadas portas abertas e poucas portas de qualidade».
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Ana Jorge considera que Ministério da Saúde é complexo porque é «dos poucos que tem os serviços abertos 365 dias, sete dias por semana, 24 horas por dia e porque trata da vida das pessoas».
«A remodelação e reorganização de horários de atendimento em saúde são medidas difíceis que provocam reacções da população e dos profissionais, contudo são fundamentais para melhorar o atendimento», disse Ana Jorge.
A ministra falava num encontro com jornalistas que antecedeu a sessão de apresentação dos resultados do Hospital de S. João, do Porto, a que presidiu.
«São mudanças que levam tempo a ser entendidas», sublinhou, garantindo que a reorganização dos serviços de saúde é para prosseguir quando os meios alternativos de socorro, inscritos nos protocolos, assinados com as autarquias, estiverem no terreno.
Essas alternativas estão relacionadas com o aumento da capacidade de resposta do atendimento, nomeadamente no acesso às consultas durante o dia.
«Tem de existir uma boa articulação no terreno e as medidas devem ser discutidas localmente entre os centros de saúde, as autarquias e os bombeiros», disse.
Segundo Ana Jorge, as «medidas impopulares» são «difíceis, mas necessárias para a requalificação do sistema».
«Sou uma pessoa de diálogo, acho que todas as situações se podem resolver através do reconhecimento de que todos somos importantes na construção de um melhor Serviço Nacional de Saúde», acrescentou.
A pediatra Ana Jorge substituiu, em Janeiro deste ano, Correia de Campos no cargo de ministro da Saúde.