O ministério da Educação e Plataforma Sindical de Professores assinaram esta quinta-feira o acordo sobre a Avaliação de Docentes. Apesar deste entendimento, não há sinais de tréguas entre Governo e sindicatos. A ministra insiste em «virar a página», mas os sindicatos avisam que este acordo não põe fim a outras reivindicações.
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No final da assinatura do acordo, Mário Nogueira reafirmou que os sindicatos não vão dar tréguas ao Ministério da Educação porque «aquilo que desune é profundo, é enorme e só vai mudar se o ministério recuar»
Para a Plataforma Sindical de Professores, o «recuo» do Governo em relação à avaliação dos docentes permite salvar o terceiro período, mas, por outro lado, dá «confiança» aos professores para continuarem a lutar, uma vez que se mantêm as divergências em relação às questões de fundo.
«É bom assinalar que ao fim de três anos de uma impossibilidade prática de sentar a ministra à mesa das negociações houve um recuo do ministério, o que é muito importante porque vai dar confiança aos professores de que a luta tem de continuar», afirmou Mário Nogueira, porta-voz da Plataforma.
Ministra quer «virar a página»
Já a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, sublinhou a importância de «virar a página» nas relações com os sindicatos e considerou que estão criadas condições de negociação «muito diferentes» das que existiam até agora.
«Este acordo é muito importante porque permite criar condições de negociação e entendimento muito diferentes das que existiam até aqui. Negociar não é capitular. Negociar significa encontrar modos de entendimento para que se possam concretizar melhor as decisões políticas», afirmou a ministra.
Salientando a sua «satisfação» e «contentamento» com o acordo alcançado na madrugada de sábado, que permite «avançar» em relação a outras matérias, Maria de Lurdes Rodrigues sublinhou as divergências entre Governo e sindicatos sobre política educativa.
«A Plataforma Sindical foi muito clara naquilo que é a sua posição sobre várias medidas de política educativa. Também a declaração do ministério permite ter um entendimento claro de quais são os nossos pontos de vista. Apesar das diferenças, estas não devem impedir que haja entendimentos para concretizar nas melhores condições as decisões aprovadas democraticamente», acrescentou.
No entanto, a ministra da Educação manifestou-se confiante numa fase diferente do relacionamento entre a tutela e os sindicatos, admitindo mesmo que nem sempre houve disponibilidade «de parte a parte» para encontrar «pontos de convergência».