O ministro da Defesa adiou um encontro que tinha previsto com a Associação dos Oficiais das Forças Armadas. O presidente da AOFA diz ter ficado apreensivo com este adiamento e frisou que a carta aberta da associação apenas expressava as preocupações dos oficiais.
Corpo do artigo
O presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) está apreensivo com o facto de o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, ter decidido adiar um encontro que estava agendado para quinta-feira com esta associação.
Em declarações à TSF, o tenente-coronel Alpedrinha Pires afirmou que a associação a que preside sempre esteve aberta ao diálogo e que a carta aberta publicada há dois dias apenas teve como objectivo reflectir sobre as preocupações dos oficiais.
«É óbvio que, em relação à manifestação que está marcada, não defendemos o direito de exercício de manifestação fardados e não estamos por trás da dita manifestação. É com dupla estranheza que vemos o Governo a privilegiar o diálogo nas ruas em vez do diálogo sério nos gabinetes», acrescentou o líder da AOFA.
Na base do adiamento desta reunião, que ficou agora sem data marcada, deverá ter estado a carta aberta publicada pela AOFA, que criticava os cortes orçamentais do Governo previstos para o Ministério da Defesa.
Nessa missiva, a AOFA explicava «as 'fortes suspeitas' sobre uma 'nova ofensiva' que se esteja a preparar contra a Condição Militar».
A associação criticou ainda a redução de 50 por cento nas verbas para a despesa com a saúde dos militares e seus familiares, a redução de cerca de 25 por cento nas verbas para às remunerações de reserva e diminuição de cerca de 900 efectivos militares.
A AOFA considerou ainda que os reformados e deficientes serão particularmente afectados por estas medidas e criticou o ministro por não ter sido ouvida sobre as intenções do Governo.
Os militares têm marcada para 23 de Novembro uma manifestação, que decorrerá na baixa de Lisboa.