O ministro da Defesa admitiu, esta quinta-feira, a dificuldade da Força Aérea em impedir a saída de pilotos para as companhias de aviação, face à oferta de salários mais elevados. No entanto, Severiano Teixeira avançou algumas soluções para esta «preocupação».
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O ministro da Defesa admitiu, esta quinta-feira, que a Força Aérea Portuguesa ainda não tem forma de concorrer directamente com a aviação comercial, face à pressão dos salários elevados oferecidos pelas companhias aéreas aos pilotos formados pelo Estado.
Nuno Severiano Teixeira avançou, no entanto, o estudo de soluções para enfrentar o problema, durante um debate com Paulo Portas sobre Defesa Nacional, no âmbito do colóquio "Portugal - Sim ou Não", promovido pela Fundação de Serralves, no Porto.
«É uma preocupação muito grande que temos. Houve uma primeira medida que foi o prolongamento do período de permanência na Força Área de oito para doze anos. É um primeiro passo, mas não chega», alertou.
Nuno Severiano Teixeira referiu que «para já, a única consequência que essa medida teve foi que as companhias aumentaram a idade de recrutamento dos pilotos», já que eles passaram a ficar disponíveis quatro anos mais tarde.
Para o titular da pasta da Defesa existe um longo «caminho a trilhar» para encontrar soluções que «procurem responder a essa concorrência de mercado», como «reter os pilotos na Força Aérea, que são absolutamente indispensáveis».
O ministro acrescentou que os diferentes países europeus têm ensaiado várias medidas para evitar que os pilotos formados pelas forças áreas de cada país optem pelas companhias civis, pelo que o Ministério da Defesa Nacional está atento aos resultados de forma poder aplicar aquelas que mais eficazes se revelarem em Portugal.
No encontro, o líder do CDS-PP aproveitou para defender um maior investimento nas Forças Armadas, destacando que a entidade tem sido «notável na absorção de desemprego jovem».
Para Paulo Portas, também antigo ministro da Defesa, o Estado terá de responder sobre que «capacidade de atracção terão as Forças Armadas num período de crescimento económico».
O actual ministro da Defesa concordou, afirmando que Portugal atravessa um «período difícil de consolidação orçamental», mas logo que terminado este ciclo será «necessário que o país caminhe para a convergência com aquilo que são as despesas militares dos seus parceiros da NATO e da União Europeia».
O ministro defendeu ainda que «Portugal pode e deve estar na linha da frente da criação da política europeia de segurança e defesa».