Alberto Costa classifica como «construtivas» as declarações feitas pelo Procurador-geral da República (PGR). O ministro comentou hoje pela primeira vez a entrevista de Pinto Monteiro em que fala de um uso excessivo de escutas telefónicas. O director da Polícia Judiciária garante que não há escutas ilegais em Portugal.
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Alberto Costa manifestou-se tranquilo dizendo que o próprio Procurador-geral pode esclarecer tudo o que afirmou.
«O senhor procurador-geral da República teve uma intenção construtiva. Não duvido, nem ninguém pode duvidar e está em condições de prestar todos os esclarecimentos», afirmou Alberto Costa, à margem das comemorações do 62º aniversário da Polícia Judiciária, no Porto.
O ministro reafirmou estar disponível para ir ao parlamento, fazendo questão de lembrar que hoje em dia as regras das escutas telefónicas são mais apertadas.
«Há alguns meses, o regime legal era menos rigoroso e restritivo. Hoje, as situações em que se podem fazer escutas são menores do que aquelas que eram no passado e as formas de controlo são também mais apertadas», sublinhou.
Referindo-se à eventual existência de escutas ilegais, declarou: «Se tivesse conhecimento de alguma escuta telefónica à margem da lei, comunicava-o imediatamente ao senhor Procurador-geral da República».
Na mesma ocasião, o director geral da Policia Judiciária garantiu que não há escutas ilegais em Portugal. Alípio Ribeiro considera que está a ser feita uma grande confusão.
«Estão a confundir duas realidades, uma é a existência de escutas ilegais - que não há -, a outra é se todas as escutas que são feitas devem ser realizadas, não no sentido de serem ou não ilegais, mas por serem ou não úteis», explicou o director da PJ.