A Procuradoria Geral da República recebeu uma queixa do Ministro da Defesa contra o presidente da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra, pois na passada segunda-feira disse estar disposto a ocupar,«à força», estabelecimentos públicos ou militares.
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Contra «a ausência de resposta» do Governo ao caderno reivindicativo apresentado pelos ex combatentes no Ultramar, Almeida Vieira insurgiu-se, no Porto, afirmando que os veteranos estão dispostos a invadir algum estabelecimento público ou militar para «acordar os poderes» para as suas reivindicações.
Na altura, o presidente da associação afirmou que «estão habituados a usar as armas», adiantando que o eventual uso daquela forma de luta será colocado à discussão dos associados numa assembleia geral a convocar para Janeiro próximo.
Por seu turno, o ministro da Defesa anunciou, esta quinta-feira em comunicado, que «as graves declarações» de Almeida Vieira «foram levadas ao conhecimento» da PGR porque «põem em causa o Estado de Direito e a Ordem Democrática».
Rui Pena defendeu que a posição tomada pelo presidente da associação é «radical e desfasada da realidade», acrescentando que a «mais importante reivindicação» dos ex-combatentes - a contagem do tempo de serviço para efeitos de reforma - já foi satisfeita.