O ministro da Presidência considerou «indecorosa» a forma como o líder do PSD, Luís Filipe Menezes, tem proposto a nomeação de uma figura ligada ao seu partido para liderar a Caixa Geral de Depósitos. Pedro Silva Pereira aproveitou ainda para confirmar a saída de Santos Ferreira da CGD.
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O ministro da Presidência classificou de «indecorosa» a proposta do líder do PSD no sentido de ser nomeada uma figura ligada a o seu partido para presidir à Caixa Geral de Depósitos, isto na sequência da saída de Santos Pereira.
«É particularmente indecorosa a forma como o dr. Luís Filipe Menezes tem andado a meter cunhas em público para nomear os seus amigos do PSD para este ou aquele lugar», afirmou Pedro Silva Pereira.
Para o titular da pasta da Presidência, Menezes tem mesmo uma «estranha visão dos critérios de nomeação que devem ser seguidos» em relação a uma instituição como a CGD.
«O Governo escolherá as pessoas que entende adequadas», continuou Silva Pereira, que recusou a ideia que os governos liderados pelo PSD tenham feito nomeações de figuras socialistas para a presidência da CGD.
Por outro lado, Pedro Silva Pereira recordou que o actual executivo nomeou o ex-ministro da Economia do governo PSD/CDS Carlos Tavares para a presidência da CMVM e do «histórico do CDS» Basílio Horta para a Agência Portuguesa de Investimentos.
Pedro Silva Pereira aproveitou ainda para confirmar que Santos Pereira comunicou na quarta-feira ao ministro das Finanças a intenção de deixar o seu cargo de presidente da CGD, mandato que de resto estava «perto do final».
O ministro da Presidência aproveitou ainda para vincar o facto de a escolha da futura administração do BCP ser da «exclusiva responsabilidade dos accionistas» do maior banco privado português.
«Não consta que os accionistas do BCP sejam condicionados por qualquer espécie de directório partidário», acrescentou este ministro, que adiantou que isso também não aconteceu quando Paulo Teixeira Pinto, ligado ao PSD, foi escolhido para a liderança deste banco.
«Pela parte do Governo, apenas dizemos que é bom para o BCP e bom para a credibilidade do sistema financeiro português que esse banco possa ter uma solução tão célere quanto possível», concluiu.