O ministro da Agricultura, Jaime Silva, pediu esta segunda-feira ao Bloco de Esquerda para que esclareça se respeita o Estado de Direito e qual a sua participação na destruição de um hectare de milho transgénico numa herdade em Silves.
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Numa visita à Herdade da Lameira para observar os estragos causados numa plantação de milho transgénico, sexta-feira, por cerca de cem pessoas, Jaime Silva desafiou o partido de Francisco Louçã a esclarecer se está ou não com as leis da República e com a democracia.
«É a altura do BE dizer se respeita as leis do Estado de direito ou se anda a fingir que é amigo da democracia e depois por trás vem incentivar estes jovens que aparecem com um ar inocente para proteger a nossa saúde sem apresentar nenhuma evidência científica», afirmou o ministro da Agricultura.
«Não sei se o Bloco de Esquerda esteve por trás disto, mas gostaria que esclarecesse qual é a sua posição», adiantou o ministro.
Jaime Silva reagia desta forma à posição do deputado europeu Miguel Portas que no seu blogue (http://www.miguelportas.net/blog/) assume a sua «simpatia» em relação à acção de sexta-feira, promovida pelo recém-criado movimento anti-transgénicos Verde Eufémia.
Numa outra reacção, às declarações do líder do PSD, Marques Mendes, que afirmou existirem indícios do Governo ter patrocinado a violência na Herdade da Lameira, o ministro da Agricultura considerou que existiu precipitação.
«Está num período difícil da vida política dele e portanto reagiu precipitadamente, se esperasse pelo comunicado do Governo hoje ficava a saber que não houve qualquer financiamento pelo Instituto da Juventude a essa organização», afirmou Jaime Silva, adiantando que apenas se verificou publicidade no site sobre a realização do evento.
«Mas temos que ter calma com o doutor Marques Mendes», acrescentou.
Estado vai apoiar juridicamente proprietário de campo de milho
O ministro da Agricultura garantiu também, nesta visita à Herdade da Lameira, que o Estado vai dar apoio jurídico ao proprietário do campo de milho transgénico em Silves.
«Os juristas do meu gabinete e do Ministério da Agricultura, na direcção-regional do Algarve, vão apoiar o agricultor no sentido de ele apresentar a queixa e o processo-crime que o Ministério da Administração Interna já indicou», garantiu.
O responsável disse ainda querer que a indemnização ao agricultor pelos estragos causados seja paga pelos responsáveis do acto, que classificou de «vandalismo» baseado na «ignorância».
«Quem vai indemnizar o senhor são os responsáveis que destruíram. Antes de mais nada, são eles que vão pagar», afirmou.
De acordo com Jaime Silva, além dos elementos identificados pela GNR na altura, o Ministério Público vai fazer o levantamento dos restantes responsáveis para se avançar com um processo-crime.