Os preços da água têm de se aproximar em todo o país, defendeu esta quinta-feira o ministro do Ambiente referindo-se sobretudo ao Algarve onde a suspensão da barragem de Odelouca ameaça uma nova escalada das tarifas. Em Faro, Nunes Correia anunciou também a criação da Administração Hidrográfica já em 2007.
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O ministro do Ambiente garantiu, hoje, em Faro, que se a construção da Barragem de Odelouca avançar não será preciso aumentar as tarifas da água e que a obra poderá ser financiada por fundos comunitários.
A Comissão Europeia (CE) decidiu, terça-feira, arquivar o processo contencioso da barragem depois de Lisboa ter assegurado que a água seria utilizada para consumo humano mas a decisão formal só será conhecida terça-feira.
«No caso específico do Algarve não será preciso aumentar as tarifas para construir a barragem», afirmou, frisando que o modelo escolhido não se prende com questões de princípio porque há muitas barragens em Portugal pagas pelo tarifário.
O ministro Nunes Correia fez estas declarações no V Congresso Ibérico sobre Gestão e Planeamento da Água, onde anunciou também a criação da Administração Hidrográfica.
A criação de cinco administrações de Região Hidrográfica e a extinção dos institutos do Ambiente e dos Resíduos, fundidos na Agência Portuguesa do Ambiente (APA), são algumas das mudanças da Lei Orgânica do Ministério do Ambiente, publicada no final de Outubro.
«Tudo indica que seja possível iniciar as administrações de Região Hidrográfica no início de 2007», afirmou, acrescentando que estão neste momento a ser elaboradas as leis orgânicas que vão reger o seu funcionamento.
Neste congresso Ibérico sobre Gestão e Planeamento da Água foi também elogiada a articulação entre Portugal e Espanha na gestão das barragens, o que impediu situações mais graves durante o último período de cheias.