Ngconde Balfour, Ministro do Desporto da África do Sul, veio hoje (domingo) a público manifestar o seu apoio ao seleccionador nacional, Carlos Queiroz, e avisar os treinadores dos clubes sul-africanos que terão de cooperar com o técnico português.
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O ministro sul-africano dos desportos avisou os treinadores estrangeiros que ou cooperam com a selecção nacional de futebol orientada por Carlos Queiroz ou este «tira-lhes o tapete».
A ameaça de Ngconde Balfour surgiu na sequência de continuados boicotes dos responsáveis de dois dos principais clubes sul-africanos às convocatórias feitas pelo técnico português.
Muhsin Ertugral e Ted Dimitriu, treinadores respectivamente do Kaizer Chiefs e do Sundowns, têm retido os internacionais destas equipas, apesar do «onze» sul-africano já ter entrado numa fase crucial de preparação para a Taça das Nações Africanas e o Mundial da modalidade.
O diplomático e sempre afável técnico português assumiu na semana passada pela primeira vez publicamente a sua insatisfação, após ter conseguido reunir apenas 13 jogadores entre a vintena que convocara para um jogo particular com a Suazilândia.
De acordo com a agência Lusa, Balfour enviou uma carta àqueles dois técnicos estrangeiros, onde lhes «recorda» que são «convidados» na África do Sul e portanto devem mostrar «algum grau de respeito e de cortesia para com as nossas instituições».
«A vossa recusa em libertar jogadores para o serviço nacional é totalmente inaceitável e isso deve parar imediatamente», avisou o ministro, acusando-os de boicote aos «Bafana-Bafana».
«Cidadãos deste pais que são treinadores profissionais tem dado o seu total apoio às nossas equipas nacionais, acima dos seus ganhos e interesses pessoais. O que vos dá o direito de
serem diferentes?», questionou Balfour.
Em resposta, Ertugral acusou o ministro de «reacção excessiva» e de estar «mal informado», enquanto Dumitriu se magoado por ser tido tratado como estrangeiro após estar «há 14 anos a desenvolver o futebol na África do Sul».